terça-feira, outubro 10, 2006

AVENTURA EM PORTO ROLIM


Durante as andanças na campanha eleitoral deste ano ocorreram-me muitas coisas curiosas. Pena que não tive tempo de manter um diário e muito menos fotografar alguns detalhes. Acredito que resultaria em bom livro.

Nesta foto, tirada às 8h de 26 de setembro, estamos eu (à direita), Marlene Parra (então candidata a deputada estadual pelo PT) e o filho dela, Danilo, estudante de Medicina.

O local em que acabávamos de aterrissar, em meio à floresta amazônica. Onde? Numa das fazendas do nosso principal adversário, o governador reeleito Ivo Cassol (PPS), em Porto Rolim, lugarejo pertecente ao município de Alta Floresta do Oeste (Zona da Mata), à margem do Rio Guaporé. Só descobri que era de Cassol quando já estava lá. Num lugar de difícil acesso, poderíamos, de repente, sei lá... Afinal, era a fazenda do perigoso copitão-mor de Rondônia.

Mas, não. Fomos bem recebidos pelo peão da fazenda que nos conduziu até a embarcação mais próxima. E seguimos para o povoado, a fim de participarmos de uma reunião.Mas... O encontro havia sido adiado e não tiveram como nos avisar anteriormente. E o jeito, para não perdermos a viagem, foi andar de casa em casa, panfletando e pedindo votos. O que me foi muito prazeroso.

As casas de pau-a-pique ou de palha, um povo que mistura quilombolas, descedentes bolivianos, indígenas... Os ribeirinhos sempre felizes, quintais comunitários (todos muito bem varridos), muitas flores em frente às casas, uma criançada. E eis o contraste: em muitas casas com fogão à lenha e cobertas de sapê, aparelhos de som e de TV dos mais modernos. Lula lá! Rs!

Mas de tudo o que mais me chamou a atenção foi o doce de ovos de tracajá. Tachadas da guloseima ganhando ponto nos fogões à lenha, com o aspecto de doce de banana. A receita é só o ovo e açúcar. Marlene me disse que gostou muuuuuito!

Almoçamos em Porto Rolim. Arroz soltinho, peixe pintado... E nada de sobremesa. Doce de ovo de tartaruga só pra Marlene. E dali voamos para a cidade de Pimenta Bueno, a uma hora de distância, com a certeza de que o melhor de uma campanha política é conhecer pessoas e lugares que fazem de Rondônia uma terra sem-igual. Eu pelo menos nunca tinha ouvido falar em doce de ovo de tracajá.

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