segunda-feira, outubro 30, 2006

LULA DÁ SHOW EM PORTO VELHO

Atestando a boa administração do prefeito Roberto Sobrinho, a liderança da senadora Fátima Cleide Rodrigues e do deputado federal Eduardo Valverde --todos de Porto Velho-- Lula foi o mais votado na capital, nos dois turnos.
No primeiro, o presidente atingiu 55,86% dos votos; Alckmin, 30,81. Neste segundo turno, Lula bateu a casa dos 68,65% dos votos válidos --bem acima, pois, da média nacional--, contra 31,44% do tucano.
A capital está mais à esquerda em relação a outros municípios de Rondônia. Em Porto Velho, Lula obteve em torno de 13% a mais do que a média do estado. O que pode ser atribuído a diversos fatores, dentre os quais a credibilidade das lideranças já citadas e a formação cultural da cidade, muito ligada ao Nordeste, onde Lula venceu em todos os estados.
Além do mais, Porto Velho tem um meio acadêmico se solificando, movimentos sociais fortelecidos e partidos de esquerda --leia-se PT e PCdoB-- afinados e com uma militância de dar inveja àqueles que só sabem fazer política com dinheiro.
FÁTIMA E ROBERTO
Roberto Sobrinho e Fátima Cleide são frutos dos movimentos sociais. Ambos foram ligados ao Sintero (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Rondônia).
Sobrinho chegou à prefeitura da capital, em 2005, respaldado por esta base, e por um discurso impecável, bem engendrado e acessível, que arrebatou multidões pela TV e nos comícios realizados, sobretudo, no bairros populares.
Assim como foi o caso de Fátima, senadora eleita em 2002, contrariando todos os prognóticos. Com menos de quatro anos de mandato, concorreu à última eleição para o governo, há um mês, obtendo cerca de 26% dos votos válidos. Uma proesa se considerados os poucos recursos de que dispunha, enfrentando um Ivo Cassol (PPS) capaz de qualquer coisa para se reeleger.
E para piorar, o PT estar sendo "fritado" pela grande imprensa do Estado, o que, inclusive, resultou na derrota de Lula no interior, no primeiro turno. Foi preciso um esforço concentrado da militância de Porto Velho e do interior para, em caravana pelas cidades, superar o poderio econômico da coordenação de Alckmin no estado.
A tuma do Lula consegiu fazer o que ninguém da direita sabe: lutar pelo seu candidato, com devoção. Os outros precisam pagara para a coisa acontecer.
E, some-se a isso, os rearranjos da coordenação de Lula neste segundo turno, no âmbito nacional, acabaram fazendo com que Alckmin ratificasse sua fama de insosso, afeito a cantilenas do tipo "de quem é o dinheiro?" e, assim, tivesse menos votos em relação ao primeiro turno.

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