segunda-feira, outubro 30, 2006

LULA VIRA O JOGO EM RONDÔNIA - Governadores não transferem votos para seus candidatos

Comemoração em Vilhena: Só alegria

O presidente Lula (PT), que havia obtido 45,06% dos votos de Rondônia, no primeiro turno, contra 47,04% de Geraldo Alckmin (PSDB), virou o jogo neste domingo. Chegou a 55,33% dos votos válidos, deixando o adversário com 44,67%.

VILHENA
Na cidade de Vilhena, a principal do sul do Estado, o resultado foi favorável a Lula, mesmo enfrentando a campanha orquestrada por latifundiários, grandes empresários e comissionados do Governo do Estado.
Já ao lado de Lula estiveram as lideranças comunitárias e de esquerda, que tomaram a frente de sua campanha à reeleição, sem muitos recursos.
No primeiro turno, Alckmin havia ficado com 54,11% dos votos de Vilhena, contra 38,86% de Lula. Já neste domingo, Lula atingiu 51,80%; o tucano, 48,20%. Foi uma virada e tanto.
Após a divulgação do resultado final, membros do PT, PCdoB, PSB e PSol de Vilhena fizeram uma carreata por quase todos os bairros da cidade para comemorar a vitória.

VOTO NÃO SE TRANSFERE
O curioso foi que, no primeiro turno, quem estava à frente da campanha de Alckmin no Estado era o deputado tucano Hamilton Casara, que foi candidato a vice-governador na chapa de Amir Lando (PMDB). A dupla amargou uma derrota vexatória: obtiveram apenas 6,17%.
Já neste segundo turno, Alckmin abandonou a tucanalha de Rondônia, que fez um fiasco nas urnas --inclusive a atual vice-governadora, Odaísa Fernandes, derrotada para deputada federal.
Ele preferiu ter como como coordenador de campanha ninguém menos que o próprio governador, Ivo Cassol (PPS), reeleito no primeiro turno, com 54,14%.
Adesivos à mostra em carrões de luxo de fazendeiros e empresários - os pilares políticos do governador - destacavam: "Sou Cassol, Voto Alckmin". Mas o resultado foi desastroso.
Outra prova de que o eleitor não vota onde o cacique manda está em Minas Gerais. Com um dos mais altos índices de popularidade, o governador Aécio Neves (PSDB), reeleito com 77,03%, ainda no primeiro turno, não conseguiu emplacar Alckmin no estado. O presidenciável tucano ficou com 34,81%; Lula, portanto, com 65,19%. O que em parte pode ser creditado ao fato de o vice-presidente, José Alencar (PRB), ter reduto naquele estado --um dos mais bairristas e conservadores do Brasil.

VITÓRIA APERTADA NO MATO GROSSO
Ao contrário de Ivo Cassol, o govervador do vizinho Mato Grosso, Blairo Maggi, também do PPS, aderiu à campanha de Lula. E no seu estado ele conseguiu acalmar os ânimos dos representantes do agronegócio, que se comportaram como arquiinimigos do PT. E o resultado foi positivo: Lula cresceu de 38,65% para 50,31%. Mesmo assim, a vitória foi apertada: apenas 0,62% de diferença.

PERDEU, MAS GANHOU...
Mato Grosso do Sul - Apesar de governado pelo PT, o estado deu a vitória a Alckmin, que chegou a 55,02%. Mas, é importante observar que no primeiro turno, o tucano teve um percentual maior de votos: 56,25%. Já o presidente Lula pulou de 35,99% para 44,98%.
São Paulo - Assim como no MS, em São Paulo, no primeiro turno o tucano atingiu 54,20% para, agora, despencar para 52,26%. Já o petista, mesmo perdendo, cresceu quase 11 pontos em relação à primeira votação: de 36,77 para 47,74%
Rio Grande do Sul - O percentual de Geraldo Alckmin ficou praticamente estável nos dois turnos, com ligeira queda neste segundo: de 55,76% para 55,35%. Já Lula aumentou sua votação em mais de 11,5%: de 33,07% foi a 44,65%.
AMAZONAS BATE RECORDE
Foi um estado do Norte que deu ao presidente Lula uma votação recorde; a maior do Brasil, proporcionalmente. No Amazonas, ele obteve 86,80% dos votos válidos, cerca de 10% a mais que no primeiro turno.

Nenhum comentário: