quarta-feira, novembro 22, 2006

Lula reconhece em Vilhena ex-colega de metalúrgica


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passou por Vilhena na tarde de segunda-feira, 20, aproveitou os 15 minutos de sua estada para cumprimentar pessoas que foram vê-lo no aeroporto Brigadeiro Camarão. Dentre os populares, estava um ex-colega dele, o funcionário público Oscar Rocha, 56 (na foto com o filho, Adriano, comemorando a vitória de Lula em outubro), natural de São Bernardo do Campo (SP) e morador em Vilhena, onde trabalha na Ceron (Centrais Elétricas de Rondônia). Durante oito anos, Oscar e Lula trabalharam juntos, no mesmo turno, nas indústrias Villares, do setor de metalurgia.
Mesmo com o tempo apertado, Lula, como sempre, quebrou o protocolo no aeroporto local e se dirigiu aos admiradores que se acotovelavam nas proximidades. Ao passar por Oscar, que estava atrás de uma grade de proteção, o presidente chamou-o pelo nome e exclamou: “Você por aqui, Oscar!” O ex-colega ficou feliz com a lembrança daquele com quem conviveu de perto entre 1970 e 1978.
“A gente saía às 3 da manhã da metalúrgica e ia comer buchada de bode num bar chamado Mineiro do Norte. E às vezes jogávamos futebol de salão na quadra da indústria”, recorda Oscar, que se orgulha desta história. Antes de se notabilizar como sindicalista, Lula foi eleito presidente da Associação dos Empregados da Villares, em 1971. “E ali estava evidenciado o líder atento às necessidades dos trabalhadores. Lula construiu um hospital para os metalúrgicos e seus familiares”.
Em Vilhena, o funcionário público não fez questão de se apresentar ao presidente. Humilde, disse que “conhece o seu lugar” Ficou em “meio ao povão”, conforme explicou à FOLHA. Militante do PT, Oscar já presidiu o partido e foi candidato a vereador em Vilhena. Recorda de toda a história que culminou na construção da maior agremiação de esquerda América Latina, a princípio tida como comunista, radical ou, simplesmente, o “partido dos barbudos do ABC”.
“Eu sei até do simbolismo da barba do Lula”, conta Oscar. Ele relembra que em 1977, Lula, já presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, liderou um movimento grevista nas Indústrias Villares. Os trabalhadores, “para provocar o comentário de que a grana estava curta até para a gilete”, resolveram deixar a barba crescer, algo que não era aceito à época na empresa. Lula nunca mais cortou a sua.
Depois de deixar São Paulo, Oscar se encontrou com Lula. Ele esteve em Rondônia durante a “Caravana da Cidadania”, em 1994, e após o Massacre de Corumbiara, em 1995.

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